quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Número de animais abandonados aumenta 70% no verão


Entre dezembro e março o número de animais, em especial cães abandonados nas ruas das principais metrópoles aumenta até 70%. "Esse número pode ser ainda maior, se levarmos em consideração animais perambulando nas cidades sem que tenha sido efetivamente registrado u abandono, basta um descuido e o animal doméstico pode escapar para sempre", alerta Marco Ciampi, presidente da Arca Brasil, ONG protetora dos animais.


O fato pode estar ligado à época de festas, férias e verão, já que nesse período a circulação nas casas aumenta, portões são esquecidos abertos e pela distração o bicho pode fugir. Foi o que aconteceu recentemente com Flavio Roberto de Souza, empresário e tutor de um cão da raça Cocker, que fugiu deixando toda a família em pânico. "Ele nunca saía de casa, nem demonstrava interesse em sair, foi apenas o instante de retirar as compras do carro para ele desaparecer, não sabemos se de fato ele foi levado ou se está perdido", lamenta o empresário. O filho Guilherme de 10 anos está muito triste, e a busca pelo amigo já dura mais de quatro meses.

A situação abre precedentes para a discussão sobre uma questão muito importante, a superpopulação canina. No caso da família Sousa, o cão não era castrado, o que aumenta as chances de ninhadas indesejadas.

Segundo Ciampi, cada cruzamento pode gerar seis ou mais filhotes, ou seja, animais que podem repetir esse número se não forem castrados. "Estamos diante de um problema sério e que pede toda atenção", alerta.

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) revela que o Brasil está entre os países com maior população de cães e gatos do planeta, ocupando o segundo lugar no ranking, com 55,5 milhões desses animais. Do total, 37,1 milhões são cachorros espalhados pelas cinco regiões brasileiras, mas o fator mais preocupante para as autoridades é o elevado número de cães em estado de abandono.

Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a prefeitura, estimou que mais de 2,5 milhões de cachorros viviam sem socialização, representando um grande problema para a saúde pública da cidade.

Nesse sentido pode-se afirmar que a castração é o principal aliado para conter a superpopulação de cachorros e evitar um colapso. "Ainda existem muitos mitos sobre castrar ou não, mas eles precisam ser quebrados, a castração é o maior ato de amor para com os bichos, afinal, o destino de ninhadas indesejadas fatalmente será o abandono", afirma Adriana Sbano, protetora de animais, há mais de 20 anos.

O que muita gente não sabe é que, além da castração cirúrgica que pode ser feita gratuitamente em centros de zoonoses, ou em consultórios particulares a um valor entre R$ 100 e R$ 400, dependendo do peso do animal, existe também a castração química. Esse método de esterilização torna-se ideal para políticas afirmativas, pois apresenta um melhor custo-benefício se comparado ao método cirúrgico, uma aplicação custa em torno de R$ 30, o que representa economia para as prefeituras, além de poder ser facilmente adotada em campanhas de vacinação.

Com apenas 3 meses de vidas os cães machos já podem receber o medicamento, basta uma aplicação e entre uma a quatro semanas eles se tornam estéreis. "Trata-se de uma solução injetável cujo agente fundamental é o zinco, um mineral que altera as células que produzem os espermatozoides, o procedimento é indolor, conforme comprovado por estudos realizados pela USP e Unesp", explica o veterinário Ricardo Lucas do Laboratório Rhobifarma.

Mais de 40.000 animais , em 50 municípios de todo o país já fizeram uso da esterilização química, com resultados de eficácia e segurança superiores a 99%.



Fonte: Surgiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário