segunda-feira, 28 de abril de 2014

Família de corujas é xodó de igreja


                  (Foto: Darcy Pereira/Arquivo pessoal/Reprodução)



Uma família de corujas vive há cerca de um mês na torre da igreja matriz de São Simão (SP), e é o grande xodó de Darcy Pereira, responsável por dar corda no relógio, ele disse que a mãe e os filhotes se protegem de predadores na estrutura da paróquia, que há pelo menos 20 anos serve de lar para aves da espécie.

É tão comum para Pereira encontrar corujinhas pela torre, que ele parece ter uma relação de confiança com os animais, em um vídeo feito por ele esse mês de abril, o cuidador conversa com os filhotes que parecem compreendê-lo.

Morar em torres é o hábito da espécie que habita a matriz de São Simão, é tão comum que a ave ficou conhecida como "coruja-das-torres" ou "coruja-branca", os filhotes que são xodó de Pereira e que aparecem nas imagens de vídeo nasceram há 15 dias, a mãe botou os ovos em março, e Pereira passou a acompanhar o desenvolvimento dos pássaros.

A presença dessas aves de rapina não impede a aproximação do funcionário público de 57 anos, que posta fotos e vídeos dos filhotes nas redes sociais, sempre brincando com as crias ou com a própria mãe-coruja. "Eu adoro as corujas, são feias quando nascem mas ficam lindas quando crescem e não vejo problemas em conversar com elas", disse.

Ele disse que não cuida dos bichos, mas acompanha de perto o desenvolvimento das aves. "Tem muito rato aqui e a mãe sai pra caçar e volta com a comida para eles, quando chego de manhã sempre vejo rato morto", relatou, Pereira conta que as corujas levam dois meses até conseguir voar e nunca mais voltam para o local.

Aves amigáveis: Segundo o biólogo Marcelo Mestriner, essa espécie de coruja é estritamente carnívora e os hábitos descritos pelo voluntário são compatíveis com as características do animal. "A vantagem de aninhar em torres altas é se livrar dos predadores, como felinos e canídeos, que atacam no baixo", explica.

A relação com os seres humanos é amigável, segundo o biólogo, a coruja-das-torres é considerada antrófila, por isso possui afinidade com os seres humanos. "A afinidade é tanta que se adaptam às construções feitas pelos homens e utilizam bem a situação, como é o caso das torres de igreja", comenta.


Fonte: O Globo

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